Da Vergonha de Munique ao Palco de Washington

Em 1938, no Acordo de Munique, as potências ocidentais entregaram os Sudetas a Hitler sob o pretexto de "garantir a paz". Chamaram-lhe diplomacia. Na prática, foi cumplicidade. Alimentaram a fera na esperança de a controlar, convencidos de que a sua brutalidade podia ser canalizada contra outros, longe das suas próprias fronteiras. Pouco tempo depois, o monstro voltou-se contra todos.
O que vemos hoje ecoa esse mesmo erro trágico. Vladimir Putin, acusado pelo Tribunal Penal Internacional de crimes de guerra e deportação ilegal de crianças ucranianas, é recebido por potências que se autoproclamam defensoras da "ordem internacional baseada em regras". Entre elas, os Estados Unidos, que apesar de não serem membros do TPI, não hesitam em exibir-se como guardiões da justiça global… quando lhes convém.
O cálculo político fala mais alto:
- Manter canais com um criminoso compensa mais do que isolar a sua influência.
- Mostrar firmeza contra inimigos "fracos" é fácil; desafiar potências nucleares exige coragem que poucos querem ter.
- Reconhecer e aplicar a autoridade do TPI poderia, um dia, voltar-se contra eles próprios.
Assim, repete-se o mesmo teatro moral dos anos 30: o criminoso é normalizado, a vítima é esquecida, e o direito internacional é dobrado ao sabor das conveniências. Tal como Hitler, Putin lê esta complacência como sinal verde.
A História ensina-nos que a indulgência perante a tirania não é neutralidade: é colaboração. E colaboração, num mundo que já testemunhou Auschwitz e Katyn, é mais do que vergonha — é crime.
As democracias ocidentais juraram "nunca mais". Mas o "nunca mais" exige ação, não discursos. Enquanto se der palco a um procurado pela justiça internacional, o mundo não se aproxima da paz — aproxima-se do abismo.
(A História repete-se diante dos nossos olhos)
Em 1938, deram os Sudetas a Hitler e chamaram-lhe "paz".
Hoje, dão palco a Putin e chamam-lhe "diplomacia".
O Tribunal Penal Internacional acusa-o de crimes de guerra.
Mas os EUA, autoproclamados guardiões da justiça, recebem-no como estadista.
💣 Não é neutralidade.
💣 É colaboração.
💣 É repetir os erros que levaram à Segunda Guerra Mundial.
Putin lê o gesto e sorri. Sabe que, quando se tem armas nucleares, o "direito internacional" dobra-se como papel molhado.
As vítimas? Esquecidas.
A justiça? Humilhada.
O "nunca mais"? Rasgado.
A História julgará — e não será piedosa.
Artigo de Augustus Veritas Lumen, investigador e luz de verdade
Karl Marx lembrava que "a história repete-se, a primeira vez como tragédia, a segunda como farsa".
Hoje vivemos exatamente essa farsa — uma encenação diplomática que já conhecemos de cor.
Na primeira repetição, a tragédia foi Hitler; agora, a farsa chama-se Putin, e tem como cúmplices aqueles que juram defender a justiça internacional, mas preferem dobrar-se perante a conveniência política.
Einstein dizia que "fazer a mesma coisa repetidamente e esperar resultados diferentes é sinal de pura loucura".
O mundo, porém, insiste em repetir o erro: alimenta tiranos, espera moderação, e finge surpresa quando eles atacam novamente.
É esta loucura coletiva — travestida de diplomacia — que nos empurra, passo a passo, para o mesmo precipício onde já caímos uma vez na História.
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