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Portugal não exporta apenas vinho, cortiça e sol barato. Exporta também a sua tradição de corrupção com estilo. Agora ficamos a saber que, durante quase uma década, milhões de euros de fundos europeus destinados à promoção internacional da moda portuguesa circularam num circuito fechado de empresas familiares e amigos.

Um verdadeiro desfile da impunidade:

• Empresas ligadas a Manuel Serrão, à sua família, aos seus amigos e conhecidos.
• A Associação Selectiva Moda (ASM) a servir de palco e bastidores.
• A AICEP, suposta guardiã dos dinheiros públicos, a assistir sentada na primeira fila — sem escrutínio, sem perguntas, sem corar.

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O Corte & Costura dos Fundos

O modelo era simples e, como sempre, eficaz:

1. A Europa envia milhões para "internacionalizar a moda portuguesa".
2. Os contratos circulam entre os mesmos de sempre, em rodízio elegante.
3. Todos faturam, todos ganham — menos o país, que continua pobre e mal vestido de vergonha.

É o equivalente político a um desfile de alta-costura onde o tecido é pago pelo povo e a passadeira é estendida para os amigos.

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AICEP: O Fiscal que Nunca Fiscaliza

A AICEP, que deveria fiscalizar, limitou-se a abanar a cabeça como manequim de montra.
É a típica atitude portuguesa: a entidade que devia supervisionar não viu, não ouviu, não perguntou.
Chamam-lhe "negligência". Eu chamo-lhe pelo nome certo: complicidade passiva.

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Conclusão Satírica

Portugal continua a ser o país onde a corrupção não é exceção — é tendência, é coleção primavera-verão.
Hoje é moda, ontem foi energia, amanhã será saúde ou educação.
As elites desfilam impunes, vestidas de Armani ou Hugo Boss, enquanto o povo fica nu, sem recursos, sem futuro.

Afinal, o verdadeiro "Made in Portugal" não é tecido em algodão ou lã.
É tecido em corrupção, laços familiares e negócios cruzados.

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👉 Artigo de Francisco Gonçalves in Fragmentos de Caos.

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