A Linguagem dos Mísseis: A Fraqueza da Europa e a Força da Rússia

O ataque recente em Kiev, mais do que um ato de guerra, foi uma mensagem. Bruno Cardoso Reis, historiador e observador atento das dinâmicas europeias, não hesitou em afirmar: serviu para "mostrar a fraqueza da União Europeia".
Numa guerra em que a propaganda vale tanto como os tanques, cada explosão é também um comunicado, cada míssil lançado é uma frase num diálogo brutal. A Rússia fala nessa linguagem — de intimidação, de dissuasão, de poder cru. E a Europa, diz Cardoso Reis, devia responder na mesma gramática: com mísseis Taurus, de longo alcance, capazes de atingir alvos estratégicos em território russo.
Mas será esta a única linguagem que resta?
A Europa vacilante
A União Europeia insiste em navegar entre a retórica de apoio incondicional à Ucrânia e a prática tímida de envio limitado de meios militares. Essa hesitação, esse compasso de espera, traduz-se numa fragilidade visível aos olhos de Moscovo. E fragilidade, em guerra, é convite.
A Rússia não teme resoluções diplomáticas. O que teme é a demonstração concreta de força, a prova de que o seu adversário pode retaliar na mesma escala. É esta a essência da dissuasão, velha como a Guerra Fria.
O símbolo dos Taurus
Os mísseis Taurus não são apenas armas. São símbolos. Transportam, mais do que ogivas, a ideia de que a Europa não aceita permanecer refém da agressão. Seriam, como diz o historiador, "a linguagem que a Rússia perceberia": uma sintaxe de alcance, precisão e poder.
O dilema ético
Mas não podemos esquecer: falar com mísseis é abdicar da diplomacia e aceitar a lógica da escalada. É a velha tentação de responder ao fogo com fogo. Será inevitável? Talvez sim, talvez não. Mas a verdade é que a indecisão europeia já tem custos: mais cidades arrasadas, mais vidas perdidas, mais terreno cedido à narrativa russa.
O silêncio que mata
A fraqueza da Europa não é apenas militar. É sobretudo política. É o silêncio, a falta de visão estratégica, a indiferença burocrática que, como dizia Hannah Arendt, alimenta o mal. Enquanto os líderes europeus hesitam, Putin age. Enquanto os parlamentos discutem, Kiev arde.
Conclusão:
A questão não é apenas sobre mísseis Taurus. É sobre linguagem. Ou a Europa aprende a falar a língua que a Rússia entende — força e determinação — ou continuará condenada a ser apenas o pano de fundo desta tragédia.
👉 Artigo da Autoria de Augustus Veritas Lumen in Fragmentos de Caos.
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