---

Na grande mesa do mundo, Putin, o cozinheiro do terror, prepara o seu banquete.
A Ucrânia é a entrada, fumegante e sangrenta, servida em pratos de ferro.
À sua frente, os convivas europeus — engravatados, indignados, estupefactos — limitam-se a espetar o ar com garfos de prata.

— Estamos chocados! — exclamam, erguendo taças de cristal cheias de indignação vintage, safra 2022.
Mas ninguém ousa tirar-lhe a faca da mão.

Do outro lado da mesa, os Estados Unidos, outrora chefes de sala deste restaurante global, agora apenas remexem nervosamente no guardanapo.
Ora se levantam, ora se sentam, ora espreitam o cardápio dos seus próprios interesses eleitorais.
E acabam sempre por aninhar-se perto do predador, como quem diz: "Não comas tudo, guarda-nos uma fatia".

A Europa, outrora conquistadora de mares e de impérios, transformou-se em sommelier de indignações.
Prova, cheira, avalia notas de moralidade — mas engasga-se com a coragem.
É o continente que antes inspirava temor e respeito e hoje inspira… tédio, entre comunicados burocráticos e cimeiras de emergência onde nunca emerge nada.

Putin ri-se. Ri-se com a boca cheia de cinismo e os dentes afiados da impunidade.
Sabe que, enquanto as democracias discutem se é perigoso, caro ou inoportuno defendê-las, ele avança, corta, mastiga.

É o banquete da História:
– O predador à mesa.
– Os convivas aplaudem a sua própria fraqueza.
– O prato principal já anunciado, só falta servir.

E amanhã, quando a refeição terminar, talvez despertem da letargia e perguntem uns aos outros:
— Como foi possível?

Mas nessa altura, a sobremesa já estará a ser servida: a própria Europa, coberta de chantilly de vergonha.

---

👉 Artigo da Autoria de Augustus Veritas Lumen in Fragmentos de Caos.

A sua avaliação deste artigo é importante para nós. Obrigado.

[avaliacao_5estrelas]

Pesquisar

🔍