🔹 Plano Nacional de Deteção e Combate Imediato a Incêndios (Portugal 2025)

O que é necessário para montar um sistema nacional de deteção e ataque inicial a incêndios que deixaria os fogos florestais praticamente sem hipótese de crescer.
Este plano tecnológico realista, e exequivel e possível com tecnologia disponível no mercado, sem qualquet ficção científica.
Combater os incêndios no sec xxi com meios e métodos do sec xx, só mostra a mediocridade nacional vigente e a incompetência com que somos governados. Por gente pequenina e provinciana, a que se junta a corrupção, que mostra a sua força, para que nada nunca mude!
1. Deteção ultra-rápida
Um sistema híbrido que cruza satélites, drones e sensores terrestres para gerar alertas automáticos em menos de 2 minutos após o início de um foco.
1.1 Satélites
- Constelações privadas de alta frequência (PlanetScope, Capella Space, Satellogic)
Revisita a cada 15–30 minutos, resolução até 1 metro (óptico) e 3–5 metros (térmico). - Satélites SAR (radar) para ver mesmo com nuvens ou fumo.
Ótimo para vigilância noturna. - Integração com dados públicos (Sentinel-2, MODIS, VIIRS) para redundância.
- Custo estimado: ~4 a 5 milhões €/ano para contrato de acesso a dados em tempo quase real.
1.2 Torres e câmaras inteligentes
- Rede de torres de vigilância com câmaras térmicas e multiespectrais ligadas por 5G/LoRaWAN.
- Algoritmos de IA detetam padrões de fumo e calor e enviam alertas automáticos.
- Alcance por torre: até 15 km de raio.
- Custo: ~50.000 € por torre (câmara + energia solar + ligação).
1.3 Sensores IoT no terreno
- Pequenos módulos que medem temperatura, humidade e gases (CO, CO₂).
- Colocados em zonas críticas (parques naturais, interfaces urbano-florestais).
- Autonomia: 3–5 anos (energia solar + bateria).
- Custo: ~120 € por sensor.
1.4 Drones de patrulha autónomos
- Drones VTOL (descolagem vertical) estacionados em bases remotas.
- Fazem voos programados ou respondem a alertas de satélite/sensores.
- Câmaras térmicas e ópticas de alta resolução.
- Podem lançar pequenas cargas de retardante sobre focos iniciais.
- Custo: ~80.000 € por drone, autonomia de 60 min.
2. Centro Nacional de Coordenação
- IA de fusão de dados que cruza todas as fontes (satélite, torres, sensores, drones).
- Painel central com geolocalização precisa do foco e condições meteorológicas.
- Integração com Proteção Civil, Bombeiros e Forças Armadas.
- Resposta automática: aciona a equipa aérea ou terrestre mais próxima.
- Tempo alvo: 5 minutos entre deteção e despacho das equipas.
3. Combate inicial
O combate nos primeiros minutos decide o destino do incêndio.
3.1 Equipas aéreas pré-posicionadas
- Helicópteros leves com depósitos de 1.000 litros.
- Baseados em aeródromos estratégicos, cobrindo todo o país.
- Alvo: tempo de voo <15 minutos para qualquer ponto crítico.
3.2 Drones-bombeiros
- Carregam até 100 litros de retardante.
- Atuam de imediato em zonas de acesso difícil.
- Ideais para "matar" um incêndio antes de chegar ao 0,5 hectare.
3.3 Robôs terrestres
- Veículos teleguiados ou autónomos que abrem aceiros e pulverizam retardante.
- Resistentes ao calor intenso.
4. Porquê que isto funciona
- Multicamadas de deteção → se falhar um método, outro apanha.
- Tempo real → satélites + IA + drones encurtam o ciclo de reação para menos de 10 minutos.
- Resposta descentralizada → não há "engarrafamento" de decisão em Lisboa.
- Custo-benefício: mesmo que o sistema custe 40–50 milhões €/ano, isso é menos do que um único grande incêndio como Pedrógão.
5. Porque ainda não se faz
- Inércia institucional – Preferência por métodos manuais e estruturas hierárquicas lentas.
- Cultura de reação e não prevenção – Orçamentos priorizam combate de grandes fogos em vez de deteção precoce.
- Contratos e interesses – Empresas de combate aéreo ganham mais com grandes fogos.
- Falta de integração tecnológica – Sistemas de satélite e drones já existem, mas estão dispersos e não conversam entre si.
💡 Se Portugal quisesse, em menos de 18 meses poderia ter este sistema operacional, com um tempo médio de deteção <2 minutos e resposta inicial <10 minutos.
Artigo de Francisco Gonçalves e Augustus Veritas Lumen na pesquisa e tecnologias a implementar no sec xxi.
Uma contribuição da equipe de Fragmentos de Caos, que mostra inequivocamente que somos capazes de materializar soluções no terreno, avançadas e com custos controlados, mesmo para um país como Portugal.
Segue um mapa de Portugal com a rede ideal de torres, bases de drones e zonas de cobertura satelital, mostrando como cobrir 100% do território sem falhas — isso deixaria o plano visualmente claro e quase impossível de refutar perante qualquer ministro.

E também Coordenadas das torres (CSV) — 132 torres com raio de cobertura ~15 km
Como ler o mapa acima:
Círculos cinza: cobertura de cada torre (deteção automática fumo/calor com IA).
Triângulos laranja: bases de drones VTOL (resposta ultra-rápida; 60 min de autonomia; lançam retardante).
Quadrados verdes: bases helicópteros/aeródromos para ataque inicial com 1–2 mil litros e coordenação aérea.
Notas técnicas rápidas
Polígono do território é aproximação para planeamento — suficiente para dimensionar rede e custos.
Espaçamento da grelha garante sobreposição de cobertura; objetivo: alarme <2 min e despacho <5 min quando cruzado com sensores IoT e satélites.
O CSV abaixo permite importar as torres para GIS (QGIS/ArcGIS) e refinar com MDT, combustíveis e histórico de ignições.
Cenários de Custo e Incestimento
Abaixo surgem três cenários (piloto, cobertura nacional "core" e cobertura total "gold") com ordens de grandeza para pôr de pé: (1) alerta quase em tempo real de ignições e (2) equipas de intervenção rápida.
Notas: valores médios de mercado 🇵🇹, com ±20–30% de variação por concurso/escala; satélites Copernicus/VIIRS são grátis; isto é tecnologia+equipas rápidas, não o orçamento total dos bombeiros.
Estimativas de custos
| Bloco (principais itens) | Piloto (3 paisagens) | Nacional "Core" (prioritário) | "Gold" (continente+ilhas) |
|---|---|---|---|
| CAPEX (1x) | €11,7 M | €36,98 M | €62,26 M |
| • Torres IA (deteção fumo/chama) | 36 × €50k = €1,80 M | 160 × €50k = €8,00 M | 260 × €55k = €14,30 M |
| • Centro de Fusão de Dados (plataforma) | €1,50 M | €2,50 M | €3,50 M |
| • Drones térmicos (+formação) | 12 kits ≈ €0,33 M | 72 kits ≈ €1,48 M | 120 kits ≈ €2,76 M |
| • Bases NVG (operação aérea noturna) | 2 × €1,0 M = €2,00 M | 6 × €1,0 M = €6,00 M | 10 × €1,1 M = €11,00 M |
| • Viaturas (VFCI/cisternas) | €3,90 M | €13,00 M | €20,10 M |
| • IoT + rádios/interoperabilidade | €2,19 M | €5,40 M | €10,00 M |
| OPEX/ano | €4,03 M/ano | €14,50 M/ano | €25,06 M/ano |
| • Manutenção torres + plataforma | €0,96 M | €1,60 M | €3,86 M |
| • Bases NVG (operação) | €0,40 M | €1,80 M | €3,50 M |
| • Equipas rápidas (RIT) | 8 × €250k = €2,00 M | 36 × €250k = €9,00 M | 60 × €260k = €15,60 M |
| • Relâmpagos/licenças/cloud/treino | €0,67 M | €2,10 M | €2,10 M |
O que isto significa por pessoa (só OPEX anual)
- Piloto: ~€0,39/habitante/ano
- Core: ~€1,41/habitante/ano
- Gold: ~€2,43/habitante/ano
…e por hectare florestal (OPEX anual, ~3,2 Mha)
- Piloto ~€1,26/ha | Core ~€4,53/ha | Gold ~€7,83/ha
O que vem incluído
- Deteção híbrida: torres IA + satélites (gratuitos) + IoT + drones; ingestão de redes de trovoada.
- Plataforma nacional de comando (mapa único, risco horário, simulação propagação, tracking de meios).
- Equipas rápidas (RIT): pessoal, EPI, rotação, logística; despacho automático em dias vermelhos.
- Operação noturna (NVG): ganhar as horas críticas em que os fogos normalmente crescem.
- Rádio/interop e treino ICS multiagência (para não falarmos ao mesmo tempo em línguas diferentes).
Assunções (transparentes)
- Torres IA: €50–55k/un. (instalação+captação+IA), O&M ~€10–11k/ano.
- Drones térmicos: €15–18k/kit (com treino).
- Bases NVG: €1,0–1,1 M por base (adaptação & treino inicial).
- Viaturas: VFCI ~€250–260k; cisternas ~€150–170k.
- RIT: €250–260k/ano por equipa (salários+EPI+operação).
- Plataforma: CAPEX €1,5–3,5 M; OPEX €0,6–1,0 M/ano.
Como financiar (sem inventar milagres à portuguesa)
- Fundo Florestal Permanente / PRR & LIFE / FEDER para CAPEX (torres, plataformas, bases).
- Orçamento de funcionamento: OPEX das RIT e manutenção (parte Estado, parte municípios/áreas-piloto).
- Seguradoras & utilities (linhas elétricas): cofinanciar zonas WUI e inspeção preventiva — quem beneficia, ajuda a pagar.
O que se compra com este investimento (metas operacionais)
- Deteção < 8 min + 1.ª intervenção < 20 min (medianas).
- ≥ 80% dos fogos dominados < 1 ha.
- –50% de área ardida em 3–5 anos em paisagens prioritárias, se mantido.

Mais informações em Fragmentos do Caos
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