O que é necessário para montar um sistema nacional de deteção e ataque inicial a incêndios que deixaria os fogos florestais praticamente sem hipótese de crescer.
Este plano tecnológico realista, e exequivel e possível com tecnologia disponível no mercado, sem qualquet ficção científica.

Combater os incêndios no sec xxi com meios e métodos do sec xx, só mostra a mediocridade nacional vigente e a incompetência com que somos governados. Por gente pequenina e provinciana, a que se junta a corrupção, que mostra a sua força, para que nada nunca mude!


1. Deteção ultra-rápida

Um sistema híbrido que cruza satélites, drones e sensores terrestres para gerar alertas automáticos em menos de 2 minutos após o início de um foco.

1.1 Satélites

  • Constelações privadas de alta frequência (PlanetScope, Capella Space, Satellogic)
    Revisita a cada 15–30 minutos, resolução até 1 metro (óptico) e 3–5 metros (térmico).
  • Satélites SAR (radar) para ver mesmo com nuvens ou fumo.
    Ótimo para vigilância noturna.
  • Integração com dados públicos (Sentinel-2, MODIS, VIIRS) para redundância.
  • Custo estimado: ~4 a 5 milhões €/ano para contrato de acesso a dados em tempo quase real.

1.2 Torres e câmaras inteligentes

  • Rede de torres de vigilância com câmaras térmicas e multiespectrais ligadas por 5G/LoRaWAN.
  • Algoritmos de IA detetam padrões de fumo e calor e enviam alertas automáticos.
  • Alcance por torre: até 15 km de raio.
  • Custo: ~50.000 € por torre (câmara + energia solar + ligação).

1.3 Sensores IoT no terreno

  • Pequenos módulos que medem temperatura, humidade e gases (CO, CO₂).
  • Colocados em zonas críticas (parques naturais, interfaces urbano-florestais).
  • Autonomia: 3–5 anos (energia solar + bateria).
  • Custo: ~120 € por sensor.

1.4 Drones de patrulha autónomos

  • Drones VTOL (descolagem vertical) estacionados em bases remotas.
  • Fazem voos programados ou respondem a alertas de satélite/sensores.
  • Câmaras térmicas e ópticas de alta resolução.
  • Podem lançar pequenas cargas de retardante sobre focos iniciais.
  • Custo: ~80.000 € por drone, autonomia de 60 min.

2. Centro Nacional de Coordenação

  • IA de fusão de dados que cruza todas as fontes (satélite, torres, sensores, drones).
  • Painel central com geolocalização precisa do foco e condições meteorológicas.
  • Integração com Proteção Civil, Bombeiros e Forças Armadas.
  • Resposta automática: aciona a equipa aérea ou terrestre mais próxima.
  • Tempo alvo: 5 minutos entre deteção e despacho das equipas.

3. Combate inicial

O combate nos primeiros minutos decide o destino do incêndio.

3.1 Equipas aéreas pré-posicionadas

  • Helicópteros leves com depósitos de 1.000 litros.
  • Baseados em aeródromos estratégicos, cobrindo todo o país.
  • Alvo: tempo de voo <15 minutos para qualquer ponto crítico.

3.2 Drones-bombeiros

  • Carregam até 100 litros de retardante.
  • Atuam de imediato em zonas de acesso difícil.
  • Ideais para "matar" um incêndio antes de chegar ao 0,5 hectare.

3.3 Robôs terrestres

  • Veículos teleguiados ou autónomos que abrem aceiros e pulverizam retardante.
  • Resistentes ao calor intenso.

4. Porquê que isto funciona

  • Multicamadas de deteção → se falhar um método, outro apanha.
  • Tempo real → satélites + IA + drones encurtam o ciclo de reação para menos de 10 minutos.
  • Resposta descentralizada → não há "engarrafamento" de decisão em Lisboa.
  • Custo-benefício: mesmo que o sistema custe 40–50 milhões €/ano, isso é menos do que um único grande incêndio como Pedrógão.

5. Porque ainda não se faz

  1. Inércia institucional – Preferência por métodos manuais e estruturas hierárquicas lentas.
  2. Cultura de reação e não prevenção – Orçamentos priorizam combate de grandes fogos em vez de deteção precoce.
  3. Contratos e interesses – Empresas de combate aéreo ganham mais com grandes fogos.
  4. Falta de integração tecnológica – Sistemas de satélite e drones já existem, mas estão dispersos e não conversam entre si.

💡 Se Portugal quisesse, em menos de 18 meses poderia ter este sistema operacional, com um tempo médio de deteção <2 minutos e resposta inicial <10 minutos.


Artigo de Francisco Gonçalves e Augustus Veritas Lumen na pesquisa e tecnologias a implementar no sec xxi.

Uma contribuição da equipe de Fragmentos de Caos, que mostra inequivocamente que somos capazes de materializar soluções no terreno, avançadas e com custos controlados, mesmo para um país como Portugal.

Segue um mapa de Portugal com a rede ideal de torres, bases de drones e zonas de cobertura satelital, mostrando como cobrir 100% do território sem falhas — isso deixaria o plano visualmente claro e quase impossível de refutar perante qualquer ministro.

E também Coordenadas das torres (CSV) — 132 torres com raio de cobertura ~15 km

Como ler o mapa acima:

Círculos cinza: cobertura de cada torre (deteção automática fumo/calor com IA).

Triângulos laranja: bases de drones VTOL (resposta ultra-rápida; 60 min de autonomia; lançam retardante).

Quadrados verdes: bases helicópteros/aeródromos para ataque inicial com 1–2 mil litros e coordenação aérea.

Notas técnicas rápidas

Polígono do território é aproximação para planeamento — suficiente para dimensionar rede e custos.

Espaçamento da grelha garante sobreposição de cobertura; objetivo: alarme <2 min e despacho <5 min quando cruzado com sensores IoT e satélites.

O CSV abaixo permite importar as torres para GIS (QGIS/ArcGIS) e refinar com MDT, combustíveis e histórico de ignições.

Cenários de Custo e Incestimento

Abaixo surgem três cenários (piloto, cobertura nacional "core" e cobertura total "gold") com ordens de grandeza para pôr de pé: (1) alerta quase em tempo real de ignições e (2) equipas de intervenção rápida.

Notas: valores médios de mercado 🇵🇹, com ±20–30% de variação por concurso/escala; satélites Copernicus/VIIRS são grátis; isto é tecnologia+equipas rápidas, não o orçamento total dos bombeiros.

Estimativas de custos

Bloco (principais itens)Piloto (3 paisagens)Nacional "Core" (prioritário)"Gold" (continente+ilhas)
CAPEX (1x)€11,7 M€36,98 M€62,26 M
• Torres IA (deteção fumo/chama)36 × €50k = €1,80 M160 × €50k = €8,00 M260 × €55k = €14,30 M
• Centro de Fusão de Dados (plataforma)€1,50 M€2,50 M€3,50 M
• Drones térmicos (+formação)12 kits ≈ €0,33 M72 kits ≈ €1,48 M120 kits ≈ €2,76 M
• Bases NVG (operação aérea noturna)2 × €1,0 M = €2,00 M6 × €1,0 M = €6,00 M10 × €1,1 M = €11,00 M
• Viaturas (VFCI/cisternas)€3,90 M€13,00 M€20,10 M
• IoT + rádios/interoperabilidade€2,19 M€5,40 M€10,00 M
OPEX/ano€4,03 M/ano€14,50 M/ano€25,06 M/ano
• Manutenção torres + plataforma€0,96 M€1,60 M€3,86 M
• Bases NVG (operação)€0,40 M€1,80 M€3,50 M
Equipas rápidas (RIT)8 × €250k = €2,00 M36 × €250k = €9,00 M60 × €260k = €15,60 M
• Relâmpagos/licenças/cloud/treino€0,67 M€2,10 M€2,10 M

O que isto significa por pessoa (só OPEX anual)

  • Piloto: ~€0,39/habitante/ano
  • Core: ~€1,41/habitante/ano
  • Gold: ~€2,43/habitante/ano

…e por hectare florestal (OPEX anual, ~3,2 Mha)

  • Piloto ~€1,26/ha | Core ~€4,53/ha | Gold ~€7,83/ha

O que vem incluído

  • Deteção híbrida: torres IA + satélites (gratuitos) + IoT + drones; ingestão de redes de trovoada.
  • Plataforma nacional de comando (mapa único, risco horário, simulação propagação, tracking de meios).
  • Equipas rápidas (RIT): pessoal, EPI, rotação, logística; despacho automático em dias vermelhos.
  • Operação noturna (NVG): ganhar as horas críticas em que os fogos normalmente crescem.
  • Rádio/interop e treino ICS multiagência (para não falarmos ao mesmo tempo em línguas diferentes).

Assunções (transparentes)

  • Torres IA: €50–55k/un. (instalação+captação+IA), O&M ~€10–11k/ano.
  • Drones térmicos: €15–18k/kit (com treino).
  • Bases NVG: €1,0–1,1 M por base (adaptação & treino inicial).
  • Viaturas: VFCI ~€250–260k; cisternas ~€150–170k.
  • RIT: €250–260k/ano por equipa (salários+EPI+operação).
  • Plataforma: CAPEX €1,5–3,5 M; OPEX €0,6–1,0 M/ano.

Como financiar (sem inventar milagres à portuguesa)

  • Fundo Florestal Permanente / PRR & LIFE / FEDER para CAPEX (torres, plataformas, bases).
  • Orçamento de funcionamento: OPEX das RIT e manutenção (parte Estado, parte municípios/áreas-piloto).
  • Seguradoras & utilities (linhas elétricas): cofinanciar zonas WUI e inspeção preventiva — quem beneficia, ajuda a pagar.

O que se compra com este investimento (metas operacionais)

  • Deteção < 8 min + 1.ª intervenção < 20 min (medianas).
  • ≥ 80% dos fogos dominados < 1 ha.
  • –50% de área ardida em 3–5 anos em paisagens prioritárias, se mantido.

Mais informações em Fragmentos do Caos

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