1. A aparência do silêncio

À primeira vista, parece que o Senado norte-americano está anestesiado. O Presidente afaga Putin em público e, no Capitólio, a câmara alta parece engolir em seco. Mas o silêncio não é ausência de oposição — é o medo de romper com a disciplina partidária, o cálculo político, o receio de ser alvo de Trump e da sua máquina de propaganda.

2. As vozes que se erguem

Apesar da aparência, há senadores — sobretudo republicanos "hawk" e democratas pragmáticos — que já não escondem o desconforto.

  • Lindsey Graham (R) e Richard Blumenthal (D) puxam pela aprovação de sanções devastadoras contra a Rússia (tarifas de 500% a quem comprar energia russa).
  • John Cornyn (R) e outros avisam que as palavras de Trump sobre Putin são perigosas.
  • Até Mike Pence, já fora do poder, grita: "Putin só pára quando for parado".

Estes não são sussurros — são sinais de rutura iminente.

3. O jogo da dissimulação

O problema é que muitos senadores preferem o conforto do silêncio à coragem da confrontação.

  • Não querem perder capital político.
  • Não querem abrir guerra dentro do partido.
  • Não querem ser "inimigos da base trumpista".

Assim, alinham-se num mutismo cúmplice, esperando que as iniciativas legislativas façam o trabalho sujo sem os expor diretamente.

4. O risco histórico

Esta hesitação é um eco de outros momentos da História: elites que preferem calar-se enquanto o poder central flerta com tiranos.

  • Munich, 1938: Chamberlain a entregar a Checoslováquia em nome da paz.
  • Washington, 2025: um presidente a legitimar Putin, enquanto o Senado hesita em erguer-se.

As semelhanças não são coincidência — são advertência.

5. O que está em jogo

Se o Senado não romper o silêncio de forma clara, os EUA arriscam:

  • Perder credibilidade perante aliados da NATO.
  • Dar a Putin a legitimidade que ele procura.
  • Desencadear uma nova ordem mundial, onde a democracia liberal é apenas um enfeite decorativo.

🔥 Conclusão

O Senado americano não está totalmente mudo. Há iniciativas, há legislação em marcha, há vozes a denunciar o perigo.
Mas a maioria prefere engolir a língua. E é nesse hiato entre a coragem e a covardia que Putin sorri.

Ou o Senado acorda e age em uníssono, ou ficará na História como cúmplice silencioso da entrega da América aos braços do Kremlin.


Artigo de Francisco Gonçalves e co-autoria de Augustus Veritas Lumen.

Imagem cortesia de OpenAI (c)

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