Publicado em: 28 de julho de 2025
Por: Francisco Gonçalves
Blogue: Fragmentos do Caos
Categoria: Economia & Submissão


"Quem poupa em Portugal não enriquece — subsidia."
– Reflexão num extrato bancário sem juros


Portugal, terra de brandos costumes e poupadores cordiais, é hoje palco de mais uma tragicomédia financeira: mais de 40% das poupanças dos portugueses estão em depósitos que não rendem absolutamente nada.

Sim, leu bem.
Nada. Zero. Um redondo e insolente 0%.

E enquanto isso, os bancos nadam em lucros, como se tivessem inventado a alquimia moderna: transformar a apatia em dividendos.


📊 Os factos que incomodam

  • Os portugueses têm mais de 90 mil milhões de euros em depósitos à ordem ou a prazo sem qualquer juro digno desse nome.
  • A taxa de inflação ronda os 2,5% a 3% — ou seja, o valor real dessas poupanças está a derreter todos os dias.
  • Os bancos, por sua vez, lucraram mais de 5 mil milhões de euros em 2024, grande parte à custa dos juros cobrados em créditos.
  • A taxa média de juro paga aos depositantes? Cerca de 0,1% — uma esmola digna de fado triste.

🧠 Como se perpetua este esquema silencioso?

  1. Desinformação financeira endémica
    A maioria dos portugueses não sabe que pode exigir melhores condições ou migrar o seu dinheiro para produtos mais justos.
  2. Aparente segurança do "banco tradicional"
    Ainda se confunde comodidade com confiança, mesmo quando esta última já foi atropelada por comissões, fusões e encerramentos.
  3. Banco de Portugal: o observador passivo
    A entidade reguladora não regula — observa, comenta e arquiva relatórios.
  4. Governo e partidos: cúmplices silenciosos
    Enquanto o Estado se financia nos mercados, ignora os cidadãos que estão a perder valor com o seu próprio dinheiro parado.

🔍 O retrato moral da coisa

O português médio que poupou ao longo da vida — cortando no café, evitando dívidas, poupando para "o que der e vier" — vê agora o seu esforço convertido em combustível para os lucros bancários.

E pior: sem sequer saber disso.

É uma nova forma de tributação invisível: o juro que não se recebe.
Um imposto de submissão ao sistema financeiro, sem lei nem decreto — apenas omissão e silêncio.


💡 Alternativas reais (e ignoradas)

OpçãoRendimento estimadoSegurança
Certificados do Tesouro Poupança Valor~2% a 2,5%Alta
Depósitos online a prazoAté 3%Alta
Fundos conservadores3% a 5%Moderada
Obrigações de empresas sólidas4% a 6%Moderada

É possível fazer melhor. Mas o status quo bancário agradece que ninguém se mexa.


🗣️ O silêncio cúmplice da elite financeira e política

Em vez de educar a população para tomar decisões informadas sobre o seu dinheiro,
o sistema finge que tudo está bem.
E quando a classe média começa a afundar-se, a culpa é sempre do "despesismo das famílias".

Mas ninguém diz que é o Estado que devia proteger os seus cidadãos das garras suaves do sistema financeiro, e não entregá-los a ele como cordeiros ordeiros.


✍️ Epílogo indignado

Portugal, tu que castigas os trabalhadores com impostos absurdos e depois ofereces o seu esforço aos bancos como banquete...

Portugal, país onde a poupança é um gesto patriótico — mas só para engordar os cofres de quem já não precisa.


📢 É tempo de exigir:

  • Transparência nas taxas e comissões;
  • Concorrência real entre bancos;
  • Fiscalização ativa;
  • E sobretudo: educação financeira para todos.

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E se ainda tens dinheiro parado a render zero, lembra-te:
estás a trabalhar de graça para quem nunca te perguntará se precisas de ajuda.


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