🇵🇹

"Ensinar é opcional. Saber ler? Um luxo burguês."

Portugal, esse país de epopeias e reformas educativas a lápis de carvão, passou meio século a tentar alfabetizar os seus — e até o conseguiu com um esforço hercúleo de professores mal pagos, alunos em escolas a cair de podres e manuais emprestados pelo primo do vizinho.

Mas agora… agora o país decidiu experimentar a pedagogia do caos globalizado: abrimos as portas sem perguntar quem entra, nem o que traz na mochila — se é um livro, um diploma, ou apenas "boas intenções e zero leitura funcional".

Os governos aplaudem de pé:
— "Precisamos de mão-de-obra!"
Claro, mas não especificam que mão, nem se é conectada ao cérebro. O critério é apenas um: respirar é suficiente para integrar.

Literacia? Que exagero elitista.
Hoje, quem diz que exige nível mínimo de leitura e compreensão de texto já é chamado de xenófobo.
— "Achas justo barrar quem não sabe conjugar verbos?"
Não. Mas talvez devêssemos barrar quem nem sabe o que é um verbo.

Enquanto isso, nas escolas:

  • Professores ensinam a alunos que falam dez línguas, mas não dominam nenhuma.
  • Crianças portuguesas começam a ser minoria, mas têm que ceder o currículo às dificuldades de quem está "em adaptação".
  • E os níveis de aproveitamento… bem, descem como as notas da dívida pública quando há eleições.

Mas não faz mal.
O ministro da Educação tem um PowerPoint lindo, com gráficos coloridos, a provar que está tudo a melhorar — menos, claro, os resultados reais. Mas isso são detalhes de gente "cinzenta", como diria a elite que vive de slogans.

Estamos, pois, no bom caminho… para trás.
Vamos voltando à era em que saber ler era exceção e pensar dava prisão.


Artigo da autoria de Augustus Veritas

🌌 Fragmentos do Caos: Blogue Ebooks Carrossel
👁️ Esta página foi visitada ... vezes.