Siavilo: A Arte de Enterrar Dívidas com Nome Novo

A TAP SGPS, que funcionava como holding da companhia aérea, muda de nome para "Siavilo" — nome que soa a senha de espião ou a piada privada num jantar de boys do regime — e, logo depois, avança-se com o pedido de insolvência, num processo "urgente", silencioso e cirurgicamente agendado para passar despercebido em pleno verão.
Num país onde se exigem recibos ao pedreiro, justificações à costureira e retenções ao reformado que aluga um quarto, há entidades que conseguem renascer com outro nome e morrer sem pagar os pecados.
A TAP SGPS, antiga estrutura de topo do grupo TAP, muda de pele e passa a chamar-se Siavilo — uma sigla sem alma, um fantasma corporativo.
Logo a seguir, entra em processo de insolvência.
Sem gestão.
Sem ativos.
Com dívidas.
E o mais grave: com um timing oportuno — agosto, calor, férias, imprensa anestesiada, povo distraído.
Mas com impacto direto nos cofres do Estado e no buraco negro da dívida pública que todos pagamos.
💰 O truque da mão invisível… que rouba à vista desarmada
A criação de holdings como a TAP SGPS (agora Siavilo) serve apenas um propósito: blindar, isolar e esconder dívidas.
A empresa-mãe, TAP S.A., essa sim a ser privatizada, pode então aparecer "mais limpa", "mais leve", "mais apetecível".
E o que se faz à sucata financeira?
Dá-se-lhe um nome novo, empurra-se para a insolvência, e atira-se o prejuízo para o Estado, para os credores pequenos e para o esquecimento mediático.
Este é o capitalismo à portuguesa:
Privatizam-se os lucros,
socializam-se as dívidas.
🕳️ Um buraco com logotipo novo
É preciso dizer o que isto é:
- Uma encenação legalizada.
- Uma lavagem de dívidas com tinta fiscal e contábil.
- Uma fuga organizada, com selo de aprovação governamental.
E como é costume, ninguém será responsabilizado.
Não haverá CPI, nem demissões, nem gritos nos telejornais.
A palavra "Siavilo" não entrará no vocabulário do povo, mas o rombo que ela representa vai cair sobre os ombros de todos nós.
✍️ Epílogo provisório
Siavilo não é só uma empresa.
É o símbolo de um sistema onde o crime é feito com gravata,
a falência é um truque de bastidores,
e a justiça é sempre para os de baixo.
Artigo da sutiria de Francisco Gonçalves in Fragmentos de Caos
Créditos e cortesia de imagens para OpenAI (c)
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