Num país onde os incêndios se apagam com gasolina e os buracos orçamentais se remendam com promessas, Portugal decidiu dar um passo de mestre: nomear um crítico do Mecanismo Nacional Anticorrupção… como seu presidente.

O Juiz que Não Acreditava no Sistema… Agora Lidera o Sistema

José Mouraz Lopes, juiz respeitado, foi há seis meses bastante crítico da eficácia dos organismos anticorrupção. Disse — com razão — que eram "vazios", "sem dentes", "sem meios", e que, na prática, "serviam apenas para fazer de conta".

Hoje, o mesmo juiz foi nomeado presidente desse mesmo teatro institucional, numa jogada que o Governo rotula como um "reforço" do combate à corrupção. E nós perguntamos:

Como pode alguém que não acreditava na utilidade do cargo, agora aceitá-lo e liderá-lo?

O Teatro da Anticorrupção

Em vez de reformar verdadeiramente o sistema, o regime prefere nomear figuras críticas como cortinas de fumo, para dar ares de mudança enquanto tudo continua igual.

É o velho truque da rotatividade sem ruptura: usa-se quem critica, para calar a crítica. Nomeia-se o lúcido, para o neutralizar com palmadinhas, cargos e protocolos.

E o povo assiste — ora revoltado, ora anestesiado.

Portugal: O País Onde os Guardiões da Justiça são Convidados a Decorar a Prisão

Esta nomeação não é um escândalo. É rotina.
Porque em Portugal:

  • Os vigilantes tornam-se prisioneiros.
  • Os críticos viram condecorados.
  • A corrupção é combatida… com relatórios em papel timbrado e reuniões de gabinete.

Conclusão

Portugal não precisa de mais nomeações "estratégicas".
Portugal precisa de mecanismos com dentes, orçamentos reais, independência total e responsabilização criminal verdadeira.

Enquanto isso não chega, o Mecanismo Nacional Anticorrupção continuará a ser isso mesmo: um mecanismo — não contra a corrupção, mas contra a mudança.


Um artigo da autoria de Augustus Veritas

"Eles alimentam-se do povo e colocam-nos à margem."

A democracia portuguesa tornou-se um condomínio fechado, onde só entra quem tem cartão do regime.
A sociedade civil? É decorativa.
A crítica? Ignorada.
A lucidez? Silenciada.

— Fragmentos do Caos

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