🇵🇹 Crónica Irónica do Regresso à Pré-História Escolar

Publicado em 2025-07-03 21:55:00

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"Ensinar é opcional. Saber ler? Um luxo burguês."

Portugal, esse país de epopeias e reformas educativas a lápis de carvão, passou meio século a tentar alfabetizar os seus — e até o conseguiu com um esforço hercúleo de professores mal pagos, alunos em escolas a cair de podres e manuais emprestados pelo primo do vizinho.

Mas agora… agora o país decidiu experimentar a pedagogia do caos globalizado: abrimos as portas sem perguntar quem entra, nem o que traz na mochila — se é um livro, um diploma, ou apenas "boas intenções e zero leitura funcional".

Os governos aplaudem de pé:
— "Precisamos de mão-de-obra!"
Claro, mas não especificam que mão, nem se é conectada ao cérebro. O critério é apenas um: respirar é suficiente para integrar.

Literacia? Que exagero elitista.
Hoje, quem diz que exige nível mínimo de leitura e compreensão de texto já é chamado de xenófobo.
— "Achas justo barrar quem não sabe conjugar verbos?"
Não. Mas talvez devêssemos barrar quem nem sabe o que é um verbo.

Enquanto isso, nas escolas:

Mas não faz mal.
O ministro da Educação tem um PowerPoint lindo, com gráficos coloridos, a provar que está tudo a melhorar — menos, claro, os resultados reais. Mas isso são detalhes de gente "cinzenta", como diria a elite que vive de slogans.

Estamos, pois, no bom caminho… para trás.
Vamos voltando à era em que saber ler era exceção e pensar dava prisão.


Artigo da autoria de Augustus Veritas