Na corte moderna da democracia portuguesa, onde os cargos públicos se confundem com trincheiras de lealdade pessoal, brilhou hoje mais uma joia de vassalagem institucional. A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, em momento de candura e devoção digna de drama veneziano, declarou:

"No dia em que o senhor primeiro-ministro, que é o meu primeiro-ministro, entender que chegou ao fim a minha missão, nesse dia, eu termino."

Não ficou claro se falava da pasta da Saúde ou de um casamento arranjado com Montenegro.

📏 Ministra ou Dama de Companhia?

Ana Paula não parece querer governar, mas servir. Não ao povo, claro, que é exigente, doente e ingrato. Mas ao "seu" primeiro-ministro, a quem reconhece o poder divino de determinar a validade do seu cargo, da sua existência, e talvez até do seu horóscopo.

A saúde em Portugal está de rastos, mas a lealdade da ministra vai de vento em popa. Hospitais em colapso? Médicos a emigrar? Doentes a morrer nas urgências? Tudo secundário. O importante é que Montenegro esteja contente.

👵 Viva a Monarquia Republicana

Num país onde os ministros deviam responder ao Parlamento e ao povo, temos cortesãos a quem basta agradar ao chefe do partido. É uma monarquia de conveniência, onde o trono muda de sigla, mas os joelhos continuam dobrados.

Propõe-se então que o próximo Conselho de Ministros seja feito em torno de uma mesa redonda, com Montenegro no centro, e os ministros a recitar:

"Meu senhor e primeiro-ministro, minha missão só termina quando Vossa Excelência real tossir em latim."

🚫 Serviço Público? Isso é tão 1974...

O conceito de responsabilidade política está morto. Em vez disso, temos fidelidade canina. Não se exige que um ministro resolva problemas. Apenas que mantenha a pose, o verniz e a obedieência.

A ministra não é da Saúde. É da obediência. Uma fiel escudeira do regime do "sim, senhor doutor primeiro-ministro".

E Portugal? Bom... Portugal pode esperar pela consulta.


Artigo de Francisco Gonçalves

Imagem cortesia de OpenAI (c)

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