Mais de 235 milhões de euros para uma sede nova do Banco de Portugal.
Num país onde se morre à porta dos hospitais, onde professores fogem e médicos desertam, onde os jovens não conseguem sair de casa dos pais porque as rendas são obscenas e os salários são esmolas.

Chamam-lhe investimento.
Eu chamo-lhe obscenidade orçamental.

Este tipo de decisões — megalómanas, opacas, elitistas — jamais deveria ser tomado nas sombras dos conselhos de administração ou nos corredores abafados do poder.
Deveriam passar pelo crivo popular, por referendos vinculativos, por assembleias cidadãs — por algum sinal, enfim, de que a democracia ainda respira neste buraco de clientelas e compadrios.

Mas não.
Vivemos numa canalhocracia, um regime onde se governa contra o povo, para benefício de uma minoria bem instalada.

A sede nova é, no fundo, um mausoléu da ética pública.
Uma obra-prima do desprezo.
Um altar erguido aos deuses da impunidade.

E o povo?
Esse continua a pagar.
Calado, ajoelhado e empobrecido.


Artigo de Francisco Gonçalves no país de nepotismo e de políticos sem vergonha.


Num país onde as escolas têm janelas partidas, os hospitais faltam médicos e as famílias contam os cêntimos ao balcão do supermercado, o Banco de Portugal ergue um palácio de ouro por 235 milhões de euros.

É a pornografia orçamental ao serviço da canalhocracia.
É o luxo indecente a pisar o rosto da miséria quotidiana.

Enquanto o povo empurra os velhos em macas nos corredores do SNS, os senhores da alta finança decidem, em conluio silencioso com os políticos do regime, construir mais um monumento à indecência.

Não é uma sede. É um insulto.
Não é um banco. É um altar ao desprezo.

E tudo isto feito sem perguntar ao povo.
Sem consulta. Sem referendo. Sem vergonha.


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