Sol Taxado, Sistema Descarregado: A Farsa Verde do Governo em Portugal

Enquanto se vendem baterias a 400 milhões, o sol é taxado como luxo e o povo continua na sombra.
Num país abençoado pelo sol mas amaldiçoado pela gestão pública, o Governo volta a brindar-nos com mais um brinde amargo: 400 milhões de euros para investir em baterias e autoconsumo centralizado, enquanto, ao mesmo tempo, aumenta o IVA dos painéis solares de 6% para 23%. Eis o retrato de um Estado que prega a transição energética com uma mão… e dá um tiro no pé com a outra.
Chamam-lhe investimento estratégico. Nós chamamos-lhe descaramento sistémico.
O negócio das "baterias públicas"
Alegam que é para "evitar apagões" como o que aconteceu recentemente no sul do país. Uma justificação válida… se não fosse viciada de origem. Porque quem deixou a rede vulnerável são os mesmos que agora surgem como heróis de orçamento na mão. E a solução, dizem, tem impacto "ínfimo" nas tarifas: 0,04%. Como se 0,04% não fosse apenas o primeiro degrau de uma escadaria descendente para o bolso do cidadão.
Não há qualquer menção a planos de autonomia energética familiar, cooperativa, descentralizada. Tudo se resume a reforçar a teia das grandes elétricas, com o Estado como intermediário complacente e o contribuinte como refém.
E o sol… esse agora paga-se como champanhe
Se o cidadão quiser investir no seu próprio painel solar para deixar de depender da EDP e seus irmãos, será punido com uma taxa de IVA de 23%. Isto num contexto europeu em que vários países isentam ou incentivam fiscalmente o autoconsumo.
Portugal, no seu papel de mordomo do capital alheio, taxa o futuro e subsidia o passado.
Quem beneficia? Os de sempre.
Quem paga? O de sempre.
A hipocrisia verde veste-se de gala
Este é o país onde se criam "planos estratégicos" para a neutralidade carbónica, mas se agrava o custo de quem quer contribuir diretamente para ela.
Onde se fazem cimeiras verdes com powerpoints e logótipos em forma de folha, mas se cortam as raízes da verdadeira mudança — o empoderamento cidadão, a microprodução, a liberdade energética.
E tudo isto com a bênção da imprensa domesticada e da oposição decorativa. O cidadão comum que tente levantar a cabeça… é logo acusado de "não compreender os desafios da rede".
Ah, mas compreendemos sim: a rede está montada para capturar, não para libertar.
O povo que se ilumine — com velas?
A promessa de "autoconsumo" é uma ilusão controlada. Em vez de um país solar e autogerido, querem uma rede mais robusta… para servir os mesmos de sempre, mas agora com baterias topo de gama. Baterias que, aliás, não se encontram no armazém da Junta: serão fornecidas por empresas amigas, através de concursos opacos, adjudicações discretas e facturas gordas com IVA incluído… mas dedutível só para alguns.
Conclusão? Não há apagão maior que o da vergonha.
Portugal não sofre só de falhas na rede elétrica. Sofre de um apagão moral crónico, alimentado por elites viciadas em poder, governos de fachada e cidadãos exaustos que já nem protestam — apenas pagam.
Epílogo:
"Dizem-nos que o futuro é solar,
mas taxam o sol como se fosse pecado.
Querem baterias nas mãos do sistema,
e um povo de bolsos carregados… de nada."
Artigo de Augusto Veritas, porque a verdade tem que ser explicada.
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