O Intocável: A Farsa de um País onde a Mentira Sorri

Artigo de Francisco Gonçalves
🕳️
Em certos países, a justiça tarda.
Em Portugal, ela ajoelha-se — mas apenas perante alguns.
O caso de José Sócrates não é apenas um escândalo judicial:
é a metáfora viva de um país doente, onde a elite política circula entre tribunais como se fossem salões de baile,
onde se pode mentir ao povo, ao juiz e ao país,
ocultar fortunas em contas opacas,
insultar jornalistas, procuradores, e magistrados,
e ainda sair a rir — arrogante, teatral, impune.
O cidadão comum não goza destas prerrogativas.
Basta falhar uma fatura ao Fisco para sentir o peso do Estado.
Mas os que já estiveram no topo do poder… esses têm outra justiça:
lenta, indulgente, cúmplice, com ar condicionado e café quente.
E o povo?
O povo assiste. Cala. Ou grita no vazio.
Mas cada grito não ouvido é uma pedra arrancada da ponte que une o cidadão à democracia.
🎭 Farsa ou Liberdade?
Quando um homem como Sócrates se pavoneia pelas salas de audiência,
faz do tribunal um palco,
e da mentira uma virtude —
não está apenas a gozar com os juízes.
Está a escarrar na cara do povo.
E quando nada lhe acontece,
quando tudo se transforma em burocracia, prazos, nulidades e tecnicalidades,
o que resta senão a sensação colectiva de que a democracia morreu… mas esqueceram-se de avisar?
⛓️ Portugal, Terra de Dois Pesos e Duas Justiças
Não é por acaso que cresce a raiva surda, o voto de protesto, a abstenção em massa.
O povo não é estúpido —
só está cansado de fingir que acredita.
Porque a verdade é esta:
Se a mentira se passeia impune e o crime veste fato de luxo,
então não temos justiça — temos teatro.
E Portugal, nesse palco, é apenas o cenário de uma farsa mal escrita.
"Quando a balança da justiça pende apenas para quem tem poder,
e os papéis da verdade jazem rasgados no chão de um tribunal,
então já não falamos de democracia — falamos de farsa.E o povo, que vê os culpados sorrirem e os inocentes pagarem,
aprende a desconfiar… primeiro do sistema, depois da esperança."