💰 Os Senhores da Dívida e o Povo do Centavo

Como a fera das Finanças rosna aos fracos e acaricia os fortes
Portugal, Julho de 2025.
Quatro empresas no Minho devem cinco milhões de euros ao Estado.
Estão na chamada "lista negra" da Autoridade Tributária — uma lista que não é negra. É opaca, inofensiva, de papel mole.
Continuam em operação. Continuam a facturar. Continuam a rir-se da justiça fiscal.
Enquanto isso, um reformado em Évora foi notificado por ter esquecido de pagar 40 euros de IMI.
Não houve aviso. Não houve perdão. Houve coação. Carta com código vermelho, ameaça de penhora e juros "legais".
🧾 A equação da autoridade fiscal:
- Se deves pouco → és alvo.
- Se deves muito → és convidado para renegociar.
- Se és pequeno → multam-te.
- Se és grande → tomam café contigo.
É a versão portuguesa do "too big to jail".
Aqui, quanto mais deves, mais blindado estás.
🛑 A lista negra que é só de papel
Essas quatro empresas de Braga já constam da lista há meses.
Nada acontece. Nenhuma insolvência forçada. Nenhum arresto. Nenhuma medida de urgência.
A lista existe para parecer que se faz algo.
Mas serve apenas para alimentar a ilusão de que o Estado fiscal é igual para todos.
Spoiler: não é.
💥 Um país de tiros nos pés (mas só nos pés descalços)
Quem vive de salário ou pensão tem tudo controlado: contas bancárias, IMI, IUC, IRS — tudo automaticamente vasculhado.
O sistema sabe até o valor do teu cão, se for chipado.
Mas os milionários com empresas de fachada e engenharias fiscais estão sempre "em processo de regularização".
Tradução: ninguém lhes toca.
🧠 Conclusão: a besta fiscal tem olhos seletivos
As Finanças são ferozes com quem cumpre.
E dóceis com quem explora.
Vivemos num Estado que fiscaliza os pobres com lupa e os poderosos com binóculos partidos.
É tempo de rasgar esta farsa.
Porque a justiça fiscal não se mede em centavos cobrados — mede-se nos milhões esquecidos.
Francisco Gonçalves
Que ainda acredita num país onde todos pagam o justo — e não só os mais fáceis.
🛑 Cidadão, Indigna-te!
Lê com atenção. Pensa com clareza. Partilha com coragem. Escreve com alma.
Mas nunca, nunca cales a vergonha que este país te impõe como se fosse normal.