🏛️ Da séries Roubos dos Canalhas à nação e ao povo português, com a conivência da Justiça teatral de Portugal.

Por Francisco Gonçalves – fragmentoscaos.eu


O Tribunal da Relação de Lisboa (TRL) decidiu, com toda a serenidade de um mosteiro fiscal, que Luís Filipe Vieira não deve nada ao Novo Banco. Sim, o mesmo Novo Banco que foi regado com milhares de milhões dos contribuintes portugueses. A dívida reclamada de 291 milhões de euros em capital, juros e prémios de conversão dos famosos VMOC? Puff, desapareceu. Como por magia contratual.

Vieira, mestre de muitas artes — da construção civil à gestão desportiva, passando pela ginástica financeira — terá simplesmente "cumprido o contrato dos VMOC". E, ao cumprir, abracadabra, a dívida deixa de existir.


💸 VMOC: Valores Misteriosamente Omissos no Comum

VMOC, para o cidadão comum, soa a doença ou a vacina experimental. Mas são instrumentos financeiros sofisticados que permitem a grandes devedores converter dívida em capital... ou, no caso português, em fumo.

O contrato que Vieira assinou parece ter sido redigido com tinta invisível, papel autoextinguível e cláusulas mágicas escritas por feiticeiros de colarinho branco.

Segundo o TRL, como Vieira seguiu os termos do contrato — contrato esse que parece ter sido feito à sua medida — então não há dívida. Nem um tostão. E tudo isto com a chancela dos tribunais.


🧑‍⚖️ Justiça Cega? Não. Justiça míope… com óculos riscados.

Enquanto milhares de portugueses lutam com dívidas de centenas de euros, penhoras por dívidas à segurança social, execuções fiscais por 23,50€ em atraso… os poderosos têm contratos que os absolvem mesmo quando devem milhões.

O Tribunal não disse que Vieira não beneficiou. Disse apenas que o contrato estava tão bem desenhado, tão finamente afinado, que cumprir o contrato é o mesmo que apagar a dívida.


🐒 República das Bananas, capítulo 8743

Num país normal, isto faria cair ministros, provocar investigações parlamentares e gerar protestos populares.
Em Portugal?
Faz uma notícia no CM, um ou dois posts no X (antigo Twitter), e depois… o silêncio.

O povo já se habituou à fórmula:

"Se for pobre, paga. Se for rico, assina um contrato."

E quem é que vai pagar os buracos no Novo Banco?
Quem sempre paga: nós, os ingénuos, os contribuintes, os idiotas úteis da contabilidade nacional.


🔚 Conclusão: A dívida é uma ilusão. A justiça é um truque. E nós... somos o público.

Neste circo bem montado, Luís Filipe Vieira sai pela porta grande. O Novo Banco lambe as feridas. Os tribunais sacodem o pó das becas. E o povo continua a pagar a conta do espetáculo.

Ah, Portugal… este reino encantado onde as dívidas evaporam e os tribunais são mágicos. Mas só para alguns.


Texto de Francisco Gonçalves – Blog: fragmentoscaos.eu


🔥 Excerto

Na República das Bananas Podres, há dívidas que não são dívidas, contratos que anulam milhões, e tribunais que abençoam o desaparecimento.
Luís Filipe Vieira sai impune de uma dívida de 291 milhões de euros ao Novo Banco, não por milagre — mas por cláusulas bem redigidas.

Enquanto o contribuinte conta trocos para pagar o gás, os grandes devedores saem de cena com a pasta na mão, o banco a arder, e o sistema a aplaudir.

Mais um episódio do teatro nacional onde os palhaços estão nas bancadas... e os truques fazem-se no palco.


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