Publicado em 2025-06-14 10:44:13
Por Augustus Veritas
Há tragédias que são anunciadas com tal antecedência que, quando ocorrem, já ninguém se espanta — apenas se indigna.
A queda do Banco Espírito Santo, em 2014, foi uma dessas.
Não foi um acidente.
Foi o desfecho previsível de anos de opacidade, compadrio e gestão criminosa, blindada por silêncios cúmplices ao mais alto nível.
E no topo dessa pirâmide de complacência institucional, encontravam-se Cavaco Silva — então Presidente da República — e Maria Luís Albuquerque, ministra das Finanças.
Na véspera do colapso do BES, o Presidente Cavaco falava com a serenidade glacial que o tornou célebre:
“Não há motivo para alarme. O BES é um banco sólido.”
No dia seguinte… o abismo.
Milhares de portugueses viram os seus investimentos desaparecer.
O sistema financeiro tremeu.
E o Estado — isto é, o povo — foi chamado mais uma vez a pagar o rombo.
Maria Luís Albuquerque, ministra das Finanças durante o período crítico, optou pela política do não-ver, não-ouvir, não-intervir.
E que destino teve ela?
Foi promovida.
Hoje ocupa um cargo europeu na pasta das finanças.
Um verdadeiro prémio de consolação por ter permitido que a bomba explodisse sem desativar o detonador.
O caso BES é mais do que um escândalo bancário.
É um espelho negro da forma como o poder é exercido e perpetuado em Portugal.
Onde o prejuízo é socializado, mas o lucro é privatizado.
Onde a promoção não se conquista por mérito, mas por silêncio cúmplice e fidelidade ao sistema.
E enquanto Cavaco escreve memórias e Albuquerque voa em classe executiva para Bruxelas, o povo continua a pagar o preço da mentira institucionalizada.
Mas ainda há quem recorde.
Quem não perdoe.
Quem escreva.
Augustus Veritas está entre eles.
E tu leitor atento, também nao deves esquecer nem perdoar
O povo esquece facilmente, mas nós não!
E a história não vos irá perdoar!
“Quando um Presidente tranquiliza o povo na véspera de um colapso,
e uma Ministra das Finanças sobe ao palco europeu após o desastre,
sabemos que Portugal já não é governado — é gerido por uma elite que sobe,
enquanto o povo… afunda.”— Augustus Veritas