🇵🇹 Portugal, o Campeão da Pedinchice Europeia

Publicado em 2025-06-20 22:17:07

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🇵🇹 Portugal, o Campeão da Pedinchice Europeia

Subtítulo:
Entre subsídios, tachos e incompetência sistémica, o país recusa crescer e prefere mendigar. Bem-vindos à República da Estagnação Remunerada.

Excerto:
Portugal não investe: implora. Não reforma: adia. Não cria: copia. Mas vigariza com arte digna de um prémio europeu.


🧾 O país onde tudo se adia (menos o pedido de subsídios)

Portugal tornou-se perito em viver do que os outros produzem. Desde a adesão à CEE que trocámos indústria por fundos, ideias por burocracia, e dignidade por “ajudas a fundo perdido”.

E o que fizemos com esse maná? Construímos rotundas, centros comerciais sem lojas, formações inúteis, consultorias para relatórios que ninguém lê. Criou-se um ecossistema de dependência que mata a ambição e eterniza a mediocridade.


🏛️ Um Estado mastodôntico, ineficaz, mas sempre a pedir

Não se reformam os tribunais.
Não se moderniza a Administração Pública.
Não se digitaliza com seriedade.
Mas criam-se institutos. E observatórios. E grupos de trabalho para estudar o que já se sabe. Tudo bem subsidiado.

E depois, claro… pede-se mais à Europa. Com um discurso choroso e patrioteiro: “somos pequenos”, “fomos colonizados”, “fomos salazarentos”, “fomos enganados”. A culpa é sempre do passado — nunca de quem, hoje, não levanta o país.


🏭 Onde estão as fábricas? Os laboratórios? A inovação?

Em vez de apostarmos em tecnologia, transição energética nacional, investigação científica ou produtos de alto valor acrescentado... investimos em festivais de verão, incubadoras de startups que nunca saem do PowerPoint, e projetos-piloto que pilotam… para o abismo.

Portugal está a transformar-se no parente pobre da Europa — aquele que vai aos jantares de família de gravata, mas sem trazer garrafa. Que tem sempre desculpa para não pagar, mas exige o melhor lugar à mesa.


💸 Vigariza-se bem. Muito bem.

Porque o mais trágico disto tudo, é que se vigariza com mestria. Os fundos europeus alimentam redes clientelares, contratos públicos manhosos, e uma elite que se especializou na arte do parecer — e não do ser.

Portugal virou um país onde o mérito assusta, a excelência isola, e o sistema recompensa quem nada faz — desde que saiba sorrir e preencher formulários.


✊ Acordar ou afundar?

Não é vergonha pedir ajuda. A vergonha é tornar isso uma política de Estado.

Portugal não pode ser só isto. Ainda há talento, ainda há ideias, ainda há vontade. Mas falta coragem. Falta ruptura. Falta uma geração que diga basta — e que prefira criar em vez de pedir.


"Portugal, terra de poetas e pedintes, onde se escreve com saudade e se governa com subsídios. Enquanto a Europa avança com indústria e inovação, por cá brindamos às rotundas financiadas e aos relatórios vazios. Somos o país do quase, do adiamento perpétuo — campeões na arte de pedir, mas eternos caloiros no acto de fazer."

Artigo escrito por Francisco Gonçalves com a colaboração de Augustus Veritas