Publicado em 2025-06-16 10:05:00
Num país que deu novos mundos ao mundo, é chocante constatar que, nos últimos cem anos, Portugal não produziu um único estadista de grandeza histórica.
Um século inteiro, e tudo o que sobra para celebrar — no imaginário popular — são os nomes de Amália, Eusébio e Cristiano Ronaldo.
Com todo o respeito, isto é revelador: Portugal deixou de ser uma pátria de pensamento e passou a ser um palco de entretenimento.
Desde o final da Monarquia, passando pela ditadura e pela dita democracia, nenhuma figura política portuguesa conseguiu, verdadeiramente, deixar uma marca transformadora, duradoura e digna de reverência histórica.
Onde estão os nossos De Gaulles, os nossos Mandelas, os nossos Brandts?
Onde está o estadista que ouse dizer “basta” ao ciclo vicioso da corrupção, do compadrio e do conformismo?
Na ausência de estadistas, ficámos órfãos de rumo.
E é nessa orfandade que a cultura popular se tornou o último refúgio simbólico:
Mas isto basta para alimentar uma nação?
Portugal não pode viver apenas do fado e do futebol.
A alma de um povo constrói-se com ética, pensamento, coragem e ação.
Portugal dos séculos XX e XXI foi um país gerido, não liderado.
Administrado por políticos de expediente, não por visionários de causas.
E é isso que nos afunda:
Talvez esta ausência de grandes figuras seja o sinal mais claro de que chegou a hora de não esperar mais por salvadores.
O novo estadista não virá de dentro do sistema — virá das margens.
Do cidadão que se recusa a calar.
Do escritor que denuncia.
Do jovem que não emigra, mas confronta.
Do povo que deixa de votar como carneirada e começa a pensar como soberano.
Portugal tem séculos de glória, mas o presente envergonha a memória.
Está na hora de deixar de nos contentarmos com políticos pequenos e promessas vazias.
Queremos um país digno.
Com voz, com causa, com verdade.
E, se não houver um grande homem de Estado…Que surja, então, um grande povo de Estado.
📍Publicado em Fragmentos do Caos
✍️ Por Francisco Gonçalves & Augustus Veritas
“Cem anos passaram e Portugal não produziu um único grande homem de Estado.
O poder foi entregue a gestores do declínio, a operadores do sistema, a vaidosos de microfone.
Mas nós, povo sem medo e com memória, não nos vergamos:
Exigimos grandeza.
Reclamamos coragem.
E se não houver quem nos guie…
então seremos nós a levantar Portugal do chão.”— Francisco Gonçalves