Publicado em 2025-06-28 13:13:46
Era uma vez um homem que descia as escadas da moral pública como quem desce de um altar — com pose, verbo fluente e o ego mais inchado que os orçamentos da Parque Escolar. Chamava-se José Sócrates, mas respondia melhor a “injustiçado da Pátria ingrata”.
Num país onde os pobres têm de provar que existem e os ricos só precisam de provar que não estavam lá, Sócrates resolveu inovar:
“O ónus da prova? Meus senhores, isso agora é com o cidadão!”
Sim, leste bem. Tu é que tens de provar que ele é culpado. Tu, cidadão que paga impostos, compra o IVA com o pão e apanha multas por estacionar mal dois centímetros. Agora és tu o Ministério Público das Calúnias.
Sócrates, o eterno inocente por default, prepara a sua nova obra:
📘 "Como Ser Acusado em 37 Volumes e Ainda Assim Ser Convidado para Conferências"
A justiça, essa actriz secundária no teatro das elites, continua a ensaiar há 10 anos a sua entrada em palco. Mas o protagonista já saiu para jantar, com vinho francês e gravata italiana — pago em dinheiro vivo, naturalmente.
Diz ele que está a ser julgado na praça pública… Pois bem:
A praça está cheia, o povo aplaude — mas não é ele.
Aplaudem-se os tomates podres lançados com pontaria.
E se Amadeu Guerra levanta a voz — como deviam levantar-se todos os que ainda acreditam na decência — lá vem o ex-primeiro-ministro brandir a sua Bíblia de Auto-Vitimização:
“Sou vítima, senhores! Não de provas, mas da opinião!”
E assim seguimos, Portugal.
Com o Estado a dizer “prova lá”,
e o arguido a dizer “prova tu!”
— Crónica por Francisco Gonçalves e Augustus Veritas
Porque estes actos de teatro, só já a sátira está altura desta comédia, a deslizar para tragédia.
"Eis o mártir da democracia lusitana — José Sócrates — homem santo, caluniado, incompreendido… coitado! Tanta inocência ofuscada apenas por milhões voadores, apartamentos de luxo e amigos generosos. Portugal, ajoelha-te perante o teu messias de fato Armani e memória seletiva."