Publicado em 2025-06-28 17:08:48
Crónica de um país com firewalls de esferovite
Em Portugal, quando um site institucional é atacado, há três fases previsíveis da resposta oficial:
Ora, o alvo desta vez foi o Conselho Superior da Magistratura — aquele bastião da legalidade, da ética judicial, e do WordPress mal configurado com plugins herdados do tempo do Windows XP.
Mas calma, cidadãos! “Os dados sensíveis estão seguros” — dizem eles, como quem fala do segredo de justiça… que também escapa todos os dias como água por cano velho.
Pergunta-se então:
Portugal tem cérebros, tem talento, tem soluções de código aberto, tem universidades com doutorados que só não hackeiam porque têm ética — mas o Estado insiste em não os ouvir.
E depois leva com um ataque e diz: “Foi só um arranhão.”
A culpa não é dos hackers. Eles apenas testam as portas.
A culpa é de um sistema que insiste em deixá-las abertas.
Artigo escrito por Francisco Gonçalves e colaboração de Augustus Veritas.