"A classe dominante nunca será capaz de resolver a crise. Ela é a crise!"

Publicado em 2025-06-23 11:03:16

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Inspirado na poderosa reflexão de Rob Riemen, esta frase permanece mais verdadeira do que nunca. Em 2013 escrevi com convicção que a classe política portuguesa não fazia parte da solução, mas sim do problema. Hoje, mais de uma década depois, o cenário apenas se agravou.

A promiscuidade entre interesses partidários, empresariais e mediáticos atingiu um patamar quase totalitário. A democracia formal subsiste apenas como fachada. Em cada ciclo eleitoral, alternam-se apenas os rostos, não o sistema. Um sistema construído para se proteger, reproduzir e enriquecer à custa do bem comum.

Vivemos num país onde os sucessivos governos alimentam clientelas, distribuem estudos e consultorias milionárias de duvidosa utilidade, adiam reformas estruturais, e promovem uma cultura de dependência dos fundos europeus como única estratégia de "desenvolvimento". Portugal tornou-se o campeão europeu da pedinchice institucionalizada, enquanto a pobreza estrutural, a corrupção e a fuga de talentos se agravam.

É preciso dizer com todas as letras: os partidos do regime falharam. Não por acaso. Falharam porque o seu objetivo não é servir o povo, mas perpetuar um modelo de poder que exclui os cidadãos da tomada de decisão real. Falharam porque vivem da crise, da dependência e da alienação política e mediática.

A solução continua a ser a mesma que afirmei em 2013: os cidadãos têm de se mobilizar, organizar e construir alternativas à margem do sistema viciado. Não há outro caminho. A liberdade é obra de quem a constrói com coragem.

Como diria Einstein, "não se podem resolver os problemas com o mesmo tipo de pensamento que usámos quando os criámos". Chegou a hora de pensar diferente. Chegou a hora de agir.


Francisco Gonçalves em 23 Abril 2012 – atualizado em 23 Junho 2025


Frase final de inspiração:
"A humanidade não se divide em heróis e tiranos. As suas paixões, boas e más, foram-lhe dadas pela sociedade, não pela natureza." — Charles Chaplin