Da Solidariedade Seletiva à Cumplicidade Moral com Sotaque de Keffiyeh

Há em Portugal — como noutros cantos do velho continente adormecido — uma nova geração de políticos e opinion makers que se dizem de "esquerda". Com ar doce, tom sensível e hashtags coloridas, erguem cartazes pela paz e pelo amor…
Mas nunca, nunca, mencionam o nome "Hamas".
Parece que lhes causa azia ideológica.

Falam de Israel com nojo ensaiado, como se fosse um tumor no mapa. Chamam-lhe "colono", "apartheid", "opressor" — mas esquecem convenientemente que o Hamas começou esta guerra massacrando 1.200 civis israelitas no dia 7 de outubro de 2023, filmando orgulhosamente violações, decapitações e raptos.
Detalhes, dirão. Pequenos pormenores.


📵 O trio invisível: Hamas, Hezbollah e Irão

Na cartilha da esquerda fofinha, estes nomes não existem.
Se falares neles, acusam-te de "islamofobia" ou de "propaganda sionista".
Não importa que:

  • o Hezbollah esteja armado até aos dentes no Líbano com apoio direto de Teerão;
  • o Irão fabrique drones que matam crianças ucranianas todos os dias;
  • o Hamas use hospitais como bunkers e crianças como escudos humanos.

Essa esquerda "progressista" já não sabe o que é a verdade.
Sabe, sim, quem são os "bons da fita" nas suas novelas ideológicas:
— Se for contra Israel, está certo.
— Se for contra os EUA, é poético.
— Se for contra a Europa, é exótico.
— Se explodir um autocarro cheio de civis, mas disser "morte ao imperialismo", há quem core de emoção.


📚 "Hannah Arendt? Isso é uma marca de roupa?"

Muitos dos nossos "progressistas" deviam, pelo menos uma vez na vida, tentar ler A Banalidade do Mal.
Mas receio que confundam Hannah Arendt com uma influencer nórdica.

A verdade é que já nem se exige cultura política. Bastava bom senso. Bastava ética básica.
Mas quando se vive mergulhado num caldo de revisionismo, romantismo revolucionário mal digerido e ignorância histórica, tudo se torna aceitável — desde que a narrativa renda likes e votos.


🎭 Entre o cinismo e o embaraço

Não os ouvimos falar das crianças mortas em Kyiv, dos reformados assassinados em Telavive, nem das mulheres apedrejadas no Irão.
Mas gritam contra Israel, como se o mal do mundo tivesse sotaque hebraico e endereço postal em Jerusalém.

Essa esquerda não é apenas ignorante.
É cúmplice.
É covarde.
E, mais do que isso, é um insulto vivo ao legado de quem verdadeiramente lutou pela justiça, pela paz e pela liberdade.


🔚 Conclusão: a esquerda que se perdeu… e ainda quer ensinar o caminho

Esta "esquerda" que tanto fala em "humanidade" escolheu a cegueira seletiva como bússola.
E enquanto se embriaga em moralismos de fancaria, o terror organiza-se, alastra, e mata.

Se o século XXI continuar a ser interpretado por este teatro de sombras ideológicas,
serão os bárbaros que escreverão o último ato.


Francisco Gonçalves
Cidadão de palavra livre e memória histórica ativa.



"O maior mal no mundo é cometido por pessoas que nunca decidem ser boas ou más."
Hannah Arendt, "Eichmann em Jerusalém"


🌌 Fragmentos do Caos: Blogue Ebooks Carrossel
👁️ Esta página foi visitada ... vezes.