Portugal, Paraíso do Crime de Gravata: As Cinzas que Douram Fortunas

Publicado em 2025-05-29 17:53:17

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Não é ficção. É Portugal. Aqui, até o fogo tem padrinhos e as cinzas têm contratos. É um país onde a floresta arde em agosto e o erário arde todo o ano. Onde as chamas consomem mato e milhões evaporam-se em adjudicações diretas, sempre com o mesmo perfume: o cheiro a “boy” queimado, mas não tocado.

Cena 1: O Alarme

- "PJ faz buscas na Força Aérea por suspeitas de esquemas no combate aos fogos."

Soa o alarme. 140 inspetores mobilizados. Uma multidão de magistrados. Os microfones apontados. As câmaras ligadas. Mas calma: é só o primeiro ato da encenação.

Cena 2: O Ciclo

  1. Denúncia ruidosa.
  2. Buscas teatrais.
  3. Prisões preventivas de luxo.
  4. Declarações de surpresa dos ministros ("não sabíamos de nada!").
  5. Arquivamento discreto. Prescrição conveniente. Absolvição por falta de provas.

E como se diz em bom juridiquês: "Tudo dentro da normalidade democrática."

Cena 3: A Fogueira É Lucrativa

Em Portugal, há um último recurso garantido para as empresas em apuros: fazer negócios com o Estado, de preferência em tempo de calamidade.

Fogos? Epidemias? Tempestades? Toma lá:

E no fim, 100 milhões de euros desaparecem como fumo num pinhal em chamas.

Cena 4: A Impunidade como Política de Estado

Enquanto o povo se afoga em impostos e a floresta em labaredas, os verdadeiros pirómanos vestem fato e gravata. E ninguém lhes toca:

“A corrupção em Portugal não é um acidente. É um modelo de gestão pública.”

Epílogo: As Cinzas do Futuro

Sim, Portugal promete muito e entrega muito pouco. Mas há uma promessa que cumpre religiosamente: nenhum poderoso vai preso.

E é por isso que os investidores fogem, os jovens emigram, e a floresta continua a arder.

Portugal não precisa de bombeiros. Precisa de cidadãos que deixem de ser cinzas.


Artigo para publicação em "Fragmentos do Caos"

Autor: Augustus Veritas

Democracia Ferida de Morte