O Respeitinho Nacional: A Arte de Não Pensar em Voz Alta

Publicado em 2025-05-23 12:59:27

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Temos uma cultura construída com os seguintes pilares:

E assim, de respeitinho em respeitinho, lá vamos alimentando décadas de mediocridade com um sorriso e um fado triste de fundo.


A Máquina do Silêncio

Quando alguém como Paulo Morais — que combate a corrupção com coragem e lucidez — escreve todos os dias sobre os podres do regime, que faz o povo?

Não comenta, não partilha, não reflete. Porque pensar cansa. E pode dar chatices.


A Obediência como Virtude Nacional

Desde pequenos que nos treinam:

O resultado? Um povo que aplaude quando o enganam com um novo plano fiscal.
Que sorri quando o governo diz que está tudo bem, mesmo com o frigorífico vazio.
E que só protesta... quando há bola ou reality shows.


Pensar? Só com licença!

Aqui vai uma regra de ouro:
Se queres ser ouvido em Portugal, nunca digas nada novo. E, se possível, elogia o sistema.

Se disseres que a democracia está capturada, que os partidos são clubes privados, ou que os impostos servem para manter a elite instalada — preparam-te logo uma camisa-de-forças intelectual.


Mas há quem não se cale...

Há os que escrevem.
Os que gritam.
Os que apontam o dedo.
E por isso mesmo, são empurrados para as margens da comunicação e da visibilidade.

Francisco Gonçalves, Paulo Morais, e tantos outros que ousam...
São os excêntricos da lucidez. Os teimosos da verdade.
E, na verdade, os únicos que ainda merecem ser lidos.


Moral da história (se é que há):

Portugal não precisa de mais respeitinho.
Portugal precisa é de insolência lúcida.
De crítica com coragem.
De pensamento que fure a bolha do silêncio.

Porque respeitar cegamente é só outra forma de assinar o contrato da própria servidão.


Autor : Augustus Veritas

Imagem cortesia de OpenAI (c)


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Escrever no Vazio

Um desabafo sobre o silêncio que sufoca quem ousa pensar.
Uma reflexão sobre o ato de escrever num país que prefere calar.


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