Portugal: Um País de Indigentes Ontem e Hoje

Publicado em 2025-03-18 19:00:54

Portugal continua dependente da diáspora para sobreviver, com os emigrantes a enviar milhares de milhões de euros para sustentar famílias e dinamizar a economia. Em 2024, o país recebeu um recorde de 4.301 milhões de euros em remessas, um crescimento de 4,4% em relação a 2023, segundo o Banco de Portugal.

Este fenómeno não é novo, mas um retrato da fragilidade económica e social do país. Antes do 25 de Abril de 1974, milhares de portugueses fugiam da miséria e do regime repressivo para buscar melhores condições de vida no estrangeiro. Meio século depois, o cenário pouco mudou: Portugal não consegue oferecer oportunidades dignas para o seu próprio povo, e os seus cidadãos continuam a emigrar em massa.


1. O Padrão Cíclico da Emigração e da Dependência

A história de Portugal é a história de um país que nunca conseguiu segurar os seus melhores talentos. Desde o século XIX, passando pelo Estado Novo, até aos dias de hoje, a emigração sempre foi uma válvula de escape para a pobreza, o desemprego e a falta de oportunidades.

O que fica para trás? Um país envelhecido, dependente das pensões, do turismo de baixo valor acrescentado e das remessas dos emigrantes.


2. O Brasil e o Novo Fluxo de Imigrantes

Enquanto os portugueses continuam a emigrar, Portugal tornou-se também um destino para milhares de imigrantes, especialmente do Brasil. Em 2024, os imigrantes transferiram 840 milhões de euros para os seus países de origem, sendo que quase metade foi enviada para o Brasil (414 milhões de euros).

O fenómeno da imigração tem dois lados da moeda:

Portugal precisa de mão de obra, especialmente em setores como construção civil, restauração e serviços.
Os salários baixos e a precariedade fazem com que os imigrantes também não consigam construir uma vida estável em Portugal, acabando por enviar o que podem para os seus países de origem.

Ou seja, Portugal não é um país de oportunidades nem para os seus cidadãos, nem para os estrangeiros que aqui tentam recomeçar a vida.


3. A Falta de Estratégia e o Ciclo da Miséria

O maior problema de Portugal não é a emigração em si, mas a falta de estratégia para reter talento e criar riqueza interna.

Portugal sobrevive de esmolas:
As remessas dos emigrantes.
Os fundos da União Europeia.
O turismo massificado e predatório.

O resultado? Uma economia sem bases sólidas, sempre dependente de fatores externos e sem um plano de futuro sustentável.


4. O Retrato de um País à Deriva

Portugal em 2024 não é muito diferente do Portugal do Estado Novo em termos de pobreza estrutural e falta de oportunidades. O que mudou foi a ilusão de modernidade, sustentada por um consumo baseado em crédito e um discurso político cheio de promessas vazias.

Portugal é, hoje como antes, um país de indigentes, tanto economicamente como moralmente. Se não houver uma transformação radical, continuará a empobrecer e a perder as suas melhores gerações para o estrangeiro, enquanto os que ficam sobrevivem num ciclo vicioso de estagnação.

Francisco Gonçalves

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