Publicado em 2025-03-22 10:43:02
Em Portugal, onde a precariedade laboral e a cultura de subserviência ainda imperam em muitos sectores, o assédio moral no trabalho — também conhecido como mobbing — continua a ser um flagelo silencioso, tolerado, desvalorizado e, muitas vezes, ignorado. Mas os danos são profundos, persistentes e transversais, atingindo indivíduos, equipas, empresas e até a economia nacional.
O conceito foi desenvolvido pelo psicólogo alemão Heinz Leymann, que o descreveu como uma forma extrema de violência psicológica sistemática, exercida com o objetivo de destruir a vítima. Trata-se de uma guerra psicológica no local de trabalho, que inclui humilhações constantes, isolamento, desprezo, sabotagem, imposição de tarefas impossíveis, difamação e outras práticas tóxicas. Quando esse comportamento ocorre repetidamente, ao longo de meses, a destruição pessoal e profissional é inevitável.
A estrutura hierárquica rígida das empresas portuguesas, o medo da retaliação, a ausência de mecanismos eficazes de denúncia e o baixo nível de literacia legal e psicológica dos trabalhadores tornam o país especialmente vulnerável a este fenómeno.
O problema é agravado pelo “tudo se tolera” da cultura empresarial nacional, onde gestores inseguros e medíocres muitas vezes se mantêm no poder através da manipulação, intimidação e controlo total dos subordinados. Chefes autoritários, paternalistas, narcisistas ou psicologicamente instáveis utilizam o seu cargo como instrumento de opressão, travando carreiras, destruindo autoestima e empurrando talentos para o exílio emocional ou físico.
Como explicou a psicóloga Margarida Barreto, existem múltiplos perfis de assediadores:
Estes perfis coexistem num ambiente laboral permissivo, onde a liderança fraca se escuda no autoritarismo e nas aparências de produtividade.
Para o indivíduo:
Para a empresa:
Para a sociedade:
Apesar dos progressos legais e da crescente atenção mediática, o assédio moral continua largamente impune em Portugal. São raros os casos levados a tribunal, e mais raras ainda as condenações. A vítima é frequentemente silenciada, revitimizada ou afastada sob pretextos falsos.
O Estado também falha:
É urgente que os trabalhadores portugueses saibam que:
Portugal precisa de sair da sombra da humilhação e do medo para uma cultura de respeito, dignidade e humanidade.
Créditos para IA, chatGPT e DeepSeek (c)