Publicado em 2025-03-09 21:06:20
A União Europeia (UE) está a entrar numa nova fase da sua existência, impulsionada por desafios globais, guerras próximas das suas fronteiras e a necessidade crescente de autonomia estratégica. O recente compromisso de 800 mil milhões de euros para a defesa da UE marca um ponto de viragem na política europeia e pode significar um avanço decisivo para uma União mais centralizada e federada.
Dado este cenário, a questão principal que se coloca é: poderá a UE continuar a operar como um conjunto de Estados soberanos com políticas independentes, ou terá de se transformar numa federação com um governo central forte?
A história mostra que a criação de forças armadas conjuntas é um dos passos finais na construção de uma federação. Nos EUA, a federalização da defesa foi um marco decisivo para consolidar o poder central. O mesmo ocorreu na Alemanha e noutros Estados que evoluíram para um modelo federado.
A partir do momento em que os países europeus decidem financiar um orçamento militar comum, a tomada de decisões sobre a defesa passa a ser centralizada. Isso significa que questões fundamentais de segurança deixarão de ser exclusivamente nacionais e passarão a ser determinadas em Bruxelas.
Com um exército europeu, torna-se difícil justificar que cada país continue a ter políticas externas divergentes. Se as forças militares estão unificadas, também terá de haver uma estratégia comum para lidar com Rússia, China, EUA e outras potências globais. Assim, a UE poderá caminhar para uma política externa única, liderada por um governo centralizado.
Este processo pode acelerar a criação de uma Constituição Europeia, que transformaria a União num verdadeiro Estado Federal, onde países como Portugal, França ou Alemanha seriam Estados federados dentro de uma estrutura política unificada.
Se a União Europeia seguir esse caminho, veremos mudanças profundas:
Apesar destas tendências, a centralização do poder europeu enfrenta obstáculos significativos:
A União Europeia está a mudar rapidamente, e o financiamento da defesa comum é apenas um dos sinais dessa transformação. Se a UE quer realmente ser um ator global independente, a federalização pode ser inevitável.
A grande questão é se os europeus estão preparados para abdicar de mais soberania nacional em troca de uma Europa mais forte e unificada. As próximas décadas serão cruciais para definir o destino do continente e o seu papel no mundo.
Créditos para IA, chatGPT e DeepSeek (c)