Nos últimos anos, Portugal tem sido palco de um fenómeno preocupante: a crescente infiltração de gangues criminosos brasileiros, muitos deles ligados a organizações como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV). Estes grupos, conhecidos pelo seu envolvimento no tráfico de drogas, extorsão e outros crimes violentos no Brasil, têm estendido a sua influência a solo português, aproveitando as fragilidades do sistema judicial, a falta de meios das autoridades e a facilidade de entrada no país.

Como os Gangues Chegam a Portugal?

Portugal tem sido um destino atraente para criminosos brasileiros por várias razões:

  1. Facilidade de entrada – A língua comum e a ausência de grandes barreiras burocráticas tornam o país um ponto de entrada estratégico para traficantes e outros criminosos. Muitos entram legalmente e depois desaparecem no submundo do crime.
  2. Rede de apoio já instalada – Há uma forte comunidade brasileira em Portugal, e alguns criminosos encontram apoio em compatriotas envolvidos no crime organizado.
  3. Sistema judicial brando – Comparado ao Brasil, Portugal tem penas menos severas para crimes como tráfico de drogas, roubo e homicídio. Além disso, a extradição nem sempre é automática.
  4. Posição estratégica para o tráfico – Portugal é uma porta de entrada para a Europa e tem sido usado como plataforma para o envio de drogas para outros países.

Atividades Criminosas em Expansão

Os gangues brasileiros não se limitam apenas ao tráfico de drogas. Há indícios de que estão envolvidos em:

  • Extorsão e coação – Alguns comerciantes brasileiros em Portugal já relataram ameaças de grupos que exigem pagamentos sob ameaça de violência.
  • Lavagem de dinheiro – Muitos criminosos têm investido em negócios legais, como restaurantes, bares e até no futebol, para disfarçar dinheiro ilícito.
  • Assaltos e furtos organizados – Portugal tem visto um aumento de assaltos violentos e furtos a residências, com métodos semelhantes aos usados no Brasil.
  • Tráfico de armas – Algumas apreensões já indicaram que há armas ilegais circulando, muitas vindas do Brasil e da América do Sul.

A Reação das Autoridades

Embora a Polícia Judiciária (PJ) e outras forças de segurança estejam cientes do problema, há desafios que dificultam uma resposta mais eficaz:

  • Falta de meios humanos e tecnológicos – A polícia portuguesa não tem a estrutura robusta de combate ao crime organizado que existe em países como Brasil ou EUA.
  • Legislação inadequada – Portugal não tem leis suficientemente duras para combater redes criminosas internacionais, dificultando a condenação e deportação de criminosos.
  • Processos burocráticos lentos – A extradição de criminosos pode demorar anos, permitindo que muitos continuem a atuar no país.

No entanto, algumas operações conjuntas entre a PJ, a Interpol e a polícia brasileira já resultaram em detenções e deportações. Mas ainda há muito a fazer.

O Que Pode Ser Feito?

Para combater esta ameaça crescente, Portugal precisa de:

  • Reforçar as leis contra o crime organizado, criando legislação mais dura contra grupos criminosos estrangeiros.
  • Aumentar os meios policiais, investindo em mais agentes e tecnologia de investigação.
  • Melhorar a cooperação internacional, agilizando a partilha de informações com autoridades brasileiras.
  • Criar uma política de deportação mais rápida e eficiente para criminosos reincidentes.

Se nada for feito, a criminalidade organizada poderá crescer e tornar-se um problema incontrolável, afetando a segurança pública e a estabilidade do país.

Francisco Gonçalves

Créditos para IA, DeepSeek e Gemini (c)

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