Publicado em 2025-02-26 22:52:31
Portugal enfrenta um problema estrutural que pode comprometer gravemente o seu futuro. Enquanto milhares de cidadãos altamente qualificados continuam a emigrar em busca de melhores salários e condições de vida, o país está a receber um elevado número de imigrantes, em grande parte com habilitações escolares inferiores à média nacional. Esta realidade está a transformar a estrutura demográfica e socioeconómica do país, e os impactos poderão ser desastrosos, especialmente num mundo em rápida transformação devido à inteligência artificial (IA) e à automação.
O fenómeno da "fuga de cérebros" não é novo em Portugal. Durante décadas, o país tem sido incapaz de reter os seus profissionais mais qualificados, que partem para países onde as suas competências são mais valorizadas e recompensadas. Médicos, engenheiros, cientistas, programadores e outros especialistas são atraídos por mercados como Alemanha, Reino Unido, Canadá ou Países Baixos, onde os salários podem ser três a quatro vezes superiores aos praticados em Portugal.
A falta de perspetivas, aliada a uma economia baseada em setores de baixa produtividade e dependente do turismo e dos serviços, contribui para a insatisfação dos trabalhadores mais qualificados. Este êxodo afeta diretamente a inovação e a competitividade do país, tornando Portugal cada vez menos preparado para os desafios tecnológicos do futuro.
Ao mesmo tempo que perde talentos, Portugal tem facilitado a entrada de dezenas de milhares de imigrantes, muitos dos quais possuem um nível de escolaridade abaixo da média nacional. Estes imigrantes são frequentemente absorvidos por setores de trabalho pouco qualificado, como a construção civil, restauração, hotelaria e trabalho doméstico.
Embora a imigração possa ser uma solução de curto prazo para a escassez de mão de obra em certas áreas, a ausência de uma política estratégica de integração e qualificação cria um problema a longo prazo. Se os imigrantes não tiverem oportunidades de formação e mobilidade social, muitos acabarão por ficar presos a empregos precários ou no desemprego, sobrecarregando os sistemas de apoio social.
A revolução tecnológica que está em curso irá transformar profundamente o mercado de trabalho. A inteligência artificial e a automação vão eliminar milhões de empregos de baixa qualificação em todo o mundo. Serviços administrativos, tarefas repetitivas na indústria, atendimento ao público e até funções na construção civil e transportes estão entre as profissões mais ameaçadas.
Num cenário onde Portugal terá um número crescente de cidadãos com baixa qualificação e sem emprego, a pressão sobre o Estado será gigantesca. Os custos com apoios sociais, como o Rendimento Social de Inserção (RSI), irão aumentar, enquanto as receitas fiscais irão diminuir devido à saída dos trabalhadores mais produtivos.
Se nada for feito para inverter esta tendência, Portugal arrisca-se a tornar-se um país ainda mais pobre e dependente. Sem uma população qualificada e inovadora, o país perderá a capacidade de competir globalmente, tornando-se uma economia cada vez mais frágil.
A médio e longo prazo, esta realidade pode levar a um aumento do descontentamento social, maior polarização política e até a um retrocesso no desenvolvimento do país. A insustentabilidade do sistema de segurança social, combinada com uma economia pouco dinâmica, poderá colocar Portugal numa situação semelhante à de alguns países subdesenvolvidos, onde o Estado não tem capacidade para garantir condições dignas de vida aos seus cidadãos.
Para evitar este cenário, é essencial que Portugal adote uma estratégia clara e eficaz:
Se Portugal não agir rapidamente, poderá estar a cavar a sua própria armadilha: um país com mais população, mas menos qualificação, mais pobreza e menos perspetivas. O futuro ainda pode ser moldado, mas é necessário coragem política e visão estratégica para evitar que o país se afunde num ciclo de estagnação e dependência.
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