Publicado em 2025-02-28 13:20:09
Em Portugal, a discriminação etária é uma realidade que atinge milhares de profissionais com mais de 50 anos. Muitos deles, apesar de ainda estarem longe da reforma, enfrentam grandes dificuldades para se manterem ou regressarem ao mercado de trabalho. Este fenómeno, conhecido como idadismo, exclui trabalhadores experientes, perpetuando a ideia de que são menos produtivos ou incapazes de se adaptar às novas exigências do mercado.
Nos últimos anos, com a escassez de talento e o aumento das dificuldades de contratação, algumas empresas começaram a reconsiderar esta força de trabalho. No entanto, a reintegração dos profissionais seniores ainda enfrenta barreiras estruturais e culturais que limitam as suas oportunidades.
Dados de 2024 indicam que Portugal tinha mais de 64 mil profissionais com 50 ou mais anos no desemprego, refletindo uma realidade preocupante. A cultura empresarial continua a valorizar a juventude em detrimento da experiência, acreditando que trabalhadores mais velhos:
Essa visão ultrapassada ignora o valor da experiência, da resiliência e da capacidade de resolução de problemas que esses profissionais acumulam ao longo dos anos.
Com a falta de mão de obra qualificada e a crescente necessidade de talento especializado, algumas empresas começam a mudar de perspetiva e a revalorizar os profissionais seniores. Em países como a Alemanha e o Japão, por exemplo, a integração de trabalhadores mais velhos já é uma estratégia consolidada para manter a competitividade e a produtividade.
Em Portugal, essa mudança ainda é incipiente, mas já há sinais de transformação:
Para que a reintegração da geração 50+ seja eficaz, é essencial que governo, empresas e sociedade adotem medidas concretas:
Portugal ainda enfrenta um longo caminho para combater o idadismo e garantir que profissionais com mais de 50 anos tenham oportunidades justas no mercado de trabalho. No entanto, a crescente necessidade de talento e o envelhecimento da população obrigam a uma mudança de paradigma.
A experiência não deve ser vista como um obstáculo, mas como um recurso estratégico que pode gerar valor e inovação para as empresas e para a economia como um todo. Cabe ao Estado, às empresas e à sociedade reconhecer esse potencial e garantir que ninguém seja deixado para trás apenas por causa da idade.
Créditos para IA, DeepSeek e ChatGPT (c)